quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Roadie: Profissão ou Aquela Força?

Em que pese a não regulamentação da profissão de Roadie no cenário do Heavy Metal internacional (todas as suas tendências), trata o assunto com muita seriedade, visto que a indústria da música pesada é altamente rentável, o que torna necessário a boa remuneração para este cargo tão importante.

Para ser um roadie não é necessário ser um exímio instrumentista, mas é imprescindível saber tocar o instrumento e conhecer todas as peças do equipamento. Não pense que a teoria conta muito na hora do trabalho, pois isto, no máximo, irá auxiliar o profissional, o que afasta os que decoram catálogos de instrumentos e já se acham aptos para a função. Ninguém está preocupado se você sabe que o equipamento foi fabricado num determinado ano, sob a sigla "X", série "Z", modelo "A-1", entre outras especificações, basta conhecê-lo e colocá-lo em uso, mesmo que seja em curto espaço de tempo. Mas, o fundamental mesmo para um roadie é ter um bom preparo físico, raciocínio rápido, discernimento e bom conhecimento musical.

Ter este cargo significa estar em contato direto com a magia do palco, a vida na estrada e sempre a par das novidades nos equipamentos e avanços da tecnologia. Num sentido mais amplo, o tratamento dado ao roadie é similar ao do próprio músico ou artista e, em alguns casos, pode até ser vantajoso, já que após o trabalho estará livre, ao contrário do músico, que atenderá os fãs, a imprensa e os amigos. O único problema é estar livre, mas com fôlego, pois o trabalho apesar de agradável, rentável e "glamouroso" é muito desgastante.

O roadie trabalha como o principal assessor do músico e tem como tarefas básicas e rotineiras a montagem completa do equipamento, afinação do instrumento, passagem de som em todas as fases (soundcheck), troca de peças, checagem dos monitores específicos, além de passar o show inteiro com a máxima atenção e atento aos possíveis incidentes, como as usuais quebras e panes nos equipamentos ou peças que quase sempre se movem ou caem, atrapalhando a performance do músico. Em bandas de menor porte o roadie também transporta o(s) instrumento(s), mas, fique atento, pois o primeiro corte no orçamento é sempre o dos stage hands (carregadores). Devido a isto, o bom preparo físico é importante.

O equipamento utilizado pelo roadie está diretamente ligado ao instrumento do músico. Se for bateria, por exemplo, ele deve ter sempre à mão todo e qualquer tipo de ferramentas (martelo, soldador, tesoura, alicate, chave de fenda de vários tipos, grifo, pregos, parafusos, talhadeira, furadeira, chave-inglesa, serra de arco, entre outras), afinador, extensão, fita adesiva (black/silver tape), lanterna (maglite), luvas, caneta (pilot), protetor de ouvido (earplug), entre outras.

A vestimenta básica de qualquer roadie é sempre a roupa preta, que torna-se necessária para que ele não apareça muito durante o show, pois com uma roupa branca, no primeiro facho de luz o público facilmente poderia avistá-lo no palco.

O pagamento de um roadie no Brasil é bem distinto, mas não chega a ser desanimador, pois um "profissional", "expert" ou aquele que trabalha com freqüência nesta área ganha um bom salário (cachê por show que pode variar entre 100 e 300 reais). No entanto, para um roadie de bandas de menor porte a quantia pode variar entre 40 e 150 reais, isto quando recebe em notas e não em cerveja, lanche, peças de equipamento ou coisas do tipo. Por outro lado, nunca se sabe se uma banda novata ou de menor porte de hoje irá ser um futuro Sepultura, Angra ou Krisiun, pois os roadies do próprio Sepultura nunca imaginavam que "aquela força" que davam à banda no início da carreira poderia se tornar uma profissão bem rentável e duradoura.

Matéria: Ricardo Batalha

Contéudo Retirado do Site:
http://www.territoriodamusica.com/rockonline/artigos/?c=184