terça-feira, 21 de junho de 2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Outra Perspectiva do Espetáculo

Existem responsáveis pelos aplausos ao final do show que não estão sobre o palco nos momentos apoteóticos da apresentação. Roadies são profissionais incansáveis da harmonia sonora, os melhores amigos dos instrumentos, os ases do backstage. Se no passado eles eram confundidos com meros carregadores de equipamentos, hoje a profissão está cada vez mais valorizada e competitiva. Mas se o mercado tem exigido especialização e dedicação por parte de quem se arrisca na área, a recompensa é uma perspectiva privilegiada do espetáculo, além do inestimável prazer de sentir-se diretamente responsável pelo seu sucesso.

Daniel Gonçalves Ferreira é apaixonado pelo que faz. Tanto que, garante, jamais trocaria o backstage por um lugar diante dos holofotes: “Amo minha profissão e quero contribuir para que ela cresça cada vez mais”, declara. Daniel explica que essa admiração pela carreira surgiu ao ler uma entrevista com Arnaldo Pacheco, o ‘Zé Roadie’, que trabalha atualmente com a dupla Chitãozinho & Xororó. “Depois que eu vi a matéria com ele, fiquei fascinado pela profissão. Então comecei a pesquisar sobre o assunto e tive a ideia de criar um blog para poder ajudar as pessoas que também estavam começando na área. Hoje ele já tem mais de 13 mil acessos”, conta. Foi assim que surgiu o Blog Roadies Brasil, onde Daniel acumula publicações e vídeos sobre a profissão, além de dicas de profissionais da área.

(Clique aqui e confira no Blog Roadies Brasil uma entrevista de Daniel Gonçalves com seu ídolo, Zé Roadie.)

Trabalhando com a banda ‘Thiago Mancha & Massa Sonora’, além dos free lancers para outros artistas, Daniel foi conhecendo cada vez mais sobre o universo dos roadies, que além de entender e gostar de música devem ser cuidadosos com os instrumentos, fazer a marcação de palco e cuidar para que esteja tudo impecável para o momento do show. “É fundamental, hoje em dia, se profissionalizar. O grande lance é sempre querer aprender mais”, recomenda. Para o blogueiro, dominar uma língua estrangeira também é muito importante. “Fui trabalhar para a banda cover do ABBA, e como não sabia falar inglês, fiquei imaginando como poderia dialogar com o técnico e os músicos. Ali eu decidi aprender outras línguas”, contou.

A rotina de um roadie é agitada. Tanto que, durante a preparação de um espetáculo, até conseguir um horário para almoçar pode ser difícil. “O roadie é aquele que chega primeiro e é o ultimo que sai, sempre. Quando surge a oportunidade de tomar banho ou comer, é bom aproveitar, porque pode não haver outra chance”, desabafa. Ele explica, porém, que mesmo o cansaço é recompensado com a satisfação de um trabalho bem feito. “Tem muita gente que assiste ao show e pensa que tudo ali apareceu em um passe de mágica, mas nós sabemos que são os roadies que fazem o espetáculo, além dos músicos. Os aplausos do público são nossos também”, comemora.

Entenda o universo do Backstage

Eles vestem preto, e é recomendável ter camisas sobressalentes em dias de espetáculo. “Além de não ser focado pela luz, já que não podemos aparecer, o manuseio de equipamentos poderia manchar uma roupa de outra cor. Eu levo sempre duas camisas, para manter uma aparência de limpeza, importante quando se lida com o produtor da banda, um músico ou até mesmo um fã”, explica Daniel. O trabalho do roadie exige atenção, cuidado, disciplina e pontualidade. “Assim que chego ao local confiro se está tudo ok. Logo em seguida, começo a descarregar todo o backline do transporte e levo até o palco. É sempre importante usar uma luva para manusear o instrumento de trabalho dos músicos, todo cuidado é pouco. Monto primeiro a bateria, depois cuido dos instrumentos de corda, teclado e pick-ups. Em seguida, faço todo o acabamento dos cabos para não deixá-los aparecendo. Faço a marcação de palco com as fitas e, por último, limpo os instrumentos e afino. Assim que acaba o espetáculo é o momento de desmontar tudo com muito cuidado e guardar no transporte”, descreve.

Na maleta, alguns itens são indispensáveis para a montagem do espetáculo e para as eventualidades que possam surgir. “Aos poucos o roadie vai acrescentando mais material à sua maleta, um afinador de cordas, algumas chaves de fenda ou estrela, alicates e um kit de ferramentas básico já são suficientes para começar.”

Daniel afirma que a remuneração para os profissionais dessa área tem melhorado bastante, apesar de haver desvantagens em relação aos roadies de outros países. “Lá fora os roadies têm todo um suporte para poder trabalhar. É estipulado, por exemplo, um limite máximo de peso para carregar. Mas no Brasil, não estamos por baixo. A grande maioria sabe um pouco de eletrônica, sonorização, alguns são luthier. Aqui e em qualquer lugar do mundo leva vantagem quem tiver mais especialização”, conclui.

Conheça O Curso Para Roadies do IATEC

O IATEC tem uma cadeira específica para profissionais que pretendem seguir a profissão de roadie. Durante o curso o aluno recebe noções de música, áudio, eletricidade e eletrônica, fundamentais para a montagem de Setups. As lições passadas pelo experiente roadie Igor Alves incluem o procedimento adequado para cada situação, seja em shows ao ar livre, em locais fechados ou em festivais. (Clique aqui e saiba mais.)

Matéria: Priscilla Franco

Contéudo Retirado do Site:
http://www.iatec.com.br/blog/2011/05/a-outra-perspectiva-do-espetaculo/

segunda-feira, 30 de maio de 2011

As Luzes dos Bastidores

As Luzes dos Bastidores

A rotina deles começa bem cedo, logo depois de descerem do avião. Após checar o equipamento, verificar a
montagem e afinar os instrumentos, é hora da passagem de som. Durante o show, se uma corda arrebenta ou o plug do amplificador solta, a responsabilidade também é deles. Depois, ainda é preciso desmontar e guardar tudo. O trabalho dos roadies não é nada fácil e, às vezes, implica em 12 horas ininterruptas de pura tensão. Com a chegada de eventos internacionais, como a Copa do Mundo, o Rock in Rio e as Olimpíadas, a demanda por profissionais como estes, que trabalham nos bastidores, não para de crescer.

Segundo o diretor do Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação (Iatec), Luiz Helenio, a procura por cursos de áudio, produção, iluminação e vídeo teve um aumento de 35% em relação ao ano passado. O aquecimento do setor é tão grande que a Iatec deve abrir, em junho, uma nova unidade no Centro.

A perspectiva é de que 20 mil profissionais de entretenimento sejam chamados só para a Copa do Mundo. A baixa do dólar e o investimento das gravadoras nos shows também estão provocando a vinda de várias estrelas internacionais — explica Helenio, que desenvolveu o curso “Projeto e planejamento de infraestrutura para shows e eventos”.

Para o roadie Igor Alves, que trabalha com artistas como Lulu Santos e Vanessa da Mata, a profissão só tende a crescer e é recheada de vantagens. Segundo ele, a geração de hoje tem muito mais acesso à informação, e os instrumentos estão mais baratos.

Sempre sonhei trabalhar com música. Já viajei o Brasil inteiro e fiquei nos melhores hotéis. Só não gosto de ir para o aeroporto depois do show, sem dormir — diz Alves, que toca guitarra desde os 8 anos e trabalha como roadie há 20.

Para aqueles que trabalham nos bastidores, mas que sonham mesmo se tornar estrelas, há uma luz no fim do túnel: a proximidade com os artistas pode ser um grande passo. O guitarrista da banda Detonautas, Philippe Machado, é um exemplo disso.

No começo de 2006, ele foi chamado para ser roadie do guitarrista Rodrigo Netto. Depois do falecimento do músico, em junho do mesmo ano, Machado passou a substituí-lo nos palcos. Dois anos depois de muita convivência com os outros integrantes, ele finalmente foi convidado para fazer parte da banda.

Antes, tinha que fazer o show acontecer, e agora eu faço o show. Mas roadie com certeza pega mais no pesado — diverte-se.


Matéria: Natasha Mazzacaro

Contéudo Retirado do Site:
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2011/05/29/as-luzes-dos-bastidores-382972.asp